O mês dedicado à conscientização sobre a prematuridade, o Novembro Roxo reforça uma mensagem essencial: a maioria dos partos prematuros pode ser evitada com cuidados adequados durante a gestação.
O acompanhamento regular durante a gestação é essencial para proteger a saúde da mãe e do bebê, permitindo a identificação precoce de futuras complicações.
Durante o pré-natal, é possível identificar complicações que aumentam o risco de parto prematuro, como: hipertensão, diabetes gestacional, sífilis e infecções. Essas condições, muitas vezes silenciosas, quando não diagnosticadas a tempo, podem trazer consequências graves para a saúde da gestante e do recém-nascido.
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível que pode ser transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez ou o parto. Quando não diagnosticada e tratada a tempo, pode causar aborto, parto prematuro, má-formação do feto e até morte do recém-nascido.
Outra infecção, a causada pela bactéria estreptococo do grupo B (Strepto B), que pode estar presente no trato genital da mulher sem causar sintomas. Quando não detectada, pode ser transmitida ao bebê no momento do parto, provocando infecções graves, como meningite, pneumonia e sepse neonatal.
“O pré-natal é o momento em que conseguimos avaliar cada etapa da gravidez, orientar a gestante e prevenir desfechos graves. Quanto mais cedo iniciamos o acompanhamento, maior é a segurança para todos”, destaca o médico ginecologista e obstetra do Hospital Marieta Konder Bornhausen, Gustavo Côrtes.
O Ministério da Saúde recomenda no mínimo seis consultas, distribuídas ao longo da gestação, sendo a primeira preferencialmente ainda no primeiro trimestre. No entanto, a realidade em alguns casos é preocupante. A não realização das consultas, aumenta significativamente os riscos de parto prematuro, baixo peso ao nascer e até mortalidade materna e neonatal.
O cuidado vai além do acompanhamento médico. Um pré-natal de qualidade envolve também enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais, em uma abordagem multiprofissional. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de entrada para esse atendimento e, em casos de gestações de alto risco, como hipertensão e diabetes não diagnosticadas previamente, a paciente deve ser encaminhada para serviços de referência, como o Hospital Marieta.
“ O ideal é que esse cuidado aconteça desde o início da gravidez, evitando intercorrências que poderiam ser prevenidas. O acompanhamento pré-natal favorece um parto saudável, reduz complicações e preserva vidas”, reforça o Dr. Gustavo.

Atendimento às gestantes em Itajaí
Em Itajaí, segundo a secretaria de saúde, o acompanhamento das gestantes é organizado conforme o risco gestacional, garantindo atendimento adequado a cada necessidade. As gestantes de baixo risco são acompanhadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) pelas equipes da Estratégia de Saúde da Família, que realizam o pré-natal, orientações e exames de rotina. Já as gestantes de médio risco têm o pré-natal compartilhado entre a UBS e consultas especializadas com ginecologistas.
Nos casos de alto risco, o acompanhamento é realizado no CRESCEM – Centro de Referência em Saúde da Criança e da Mulher, onde uma equipe multiprofissional elabora um plano de cuidado individualizado para cada gestante. Em situações específicas, as pacientes são encaminhadas para o Ambulatório Regional de Alto Risco (AGAR), referência para atendimentos mais complexos, que funciona na Univali..
As crianças prematuras, identificadas pelo Programa Nascer Itajaiense, também recebem acompanhamento contínuo. Após a alta do Hospital Marieta, são direcionadas ao Serviço de Neonatologia de Alto Risco do CRESCEM, onde são recebidas por uma equipe multi e interdisciplinar, garantindo o desenvolvimento saudável nos primeiros meses de vida.